O DISTRITO de Marromeu, em Sofala, vive momentos bastante críticos com a multiplicação da onda de assassinatos a idosos indiciados de prática de actos de feitiçaria.
Pelo menos 24 anciãos foram assassinados no ano passado e 25 ao longo do primeiro semestre deste ano.
O facto levou levou a que governador, Félix Paulo, redobrasse os seus apelos à comunidade local no sentido de se conter no que se refere à prática deste tipo de actos.
O assunto foi assim nota dominante no encontro orientado pelo governante com a comunidade daquela região do Vale do Zambeze, concretamente com líderes religiosos e população do bairro Samora Machel.
Félix Paulo chegou mesmo a ironizar: “É proibido ser idoso em Marromeu”, porque, no seu entender, o assassinato de idosos atingiu níveis preocupantes naquela região.
“Ouvimos dizer que Marromeu é líder em homicídios voluntários contra a pessoa idosa. Os líderes religiosos têm a missão de sensibiluzar a sociedade para a mudança de comportamento. Pedimos que liderem nas vossas igrejas os movimentos de sensibilização para travarmos este problema. Devemos educar os jovens a respeitarem os mais velhos, pois foram estes que ajudaram este grupo social a aprender a serem homens que hoje são”, apelou Félix Paulo.
De acordo com o administrador de Marromeu, Simões Zalembessa, a resolução do problema passa, necessariamente, pela sensibilização da comunidade para abandonar actos de bruxaria que, para ele, em nada ajudam na convivência comunitária que se julga salutar.
Para além de Marromeu, segundo o director da Mulher e da Acção Social em Sofala, José Diquissone Thole, os casos de assassinatos de pessoas da terceira idade afectam os distritos de Chibabava, Machanga e Búzi.
O comandante da PRM em Marromeu, Pedro Manteiga, disse que o elevado índice de homicídios voluntários na região se deve sobretudo a aspectos supersticiosos.
Com efeito, referiu que as autoridades policiais desenvolvem actividades multissectoriais envolvendo líderes da autoridade comunitária para amainar o actual cenário sombrio que grassa aquela região do Vale do Zambeze.
Durante o encontro a Polícia, em Marromeu, apresentou à Imprensa e a população um indiciado de nome J. Manuel, de 32 anos, que, deliberadamente, teria agredido seu próprio filho até à morte, cujo corpo atirou depois para o Rio Zambeze.
O visado mostrou-se arrependido pela prática deste crime punível no país com pena máxima.
Horácio João
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