O JORNALISTA, escritor e artista plástico Adelino Timóteo lançou terça-feira última, na cidade da Beira, o seu mais recente livro, intitulado “Na Aldeia dos Crocodilos”.
A produção da obra, que é uma criação infanto-juvenil, contou com a colaboração do artista plástico Silva Dunduro, na ilustração, e tem por objectivo revelar a riqueza do imaginário popular moçambicano contando histórias que retratam a vida no mundo subterrâneo.
O lançamento da obra decorreu na Casa Provincial de Cultura da Beira e contou com a presença de diversas individualidades nacionais e estrangeiras.
Na apresentação do livro, o nosso colega, jornalista e delegado do “Notícias” na Beira, Eliseu Bento, explicou aos presentes que para escrever o livro o autor teve como fonte de inspiração o vale do Zambeze, uma região moçambicana onde ocorrem muitos mitos e tabus, retratando a vida no mundo subterrâneo, onde constatou que debaixo de um rio vivem pessoas raptadas por crocodilos e a exercerem actividades domésticas.
Eliseu Bento resumiu que a edição e publicação da obra se enquadra no âmbito do projecto de recolha, recriação e edição de livros baseados em histórias tradicionais moçambicanas visando a promoção da leitura entre alunos das escolas moçambicanas.
Falando em representação do Governo Provincial, o director da Casa Provincial de Cultura da Beira, Félix Chapungo, louvou a iniciativa do autor, afirmando que assim se exalta e dissemina a literatura, se incentiva a leitura e se divulga o património artístico e cultural de Moçambique.
Félix Chapungo desafiou os autores para que consigam distribuir o livro nas escolas da província de Sofala de modo a que os alunos tenham acesso.
Por seu turno, o cônsul-geral de Portugal na Beira, António Pereira, disse que a obra poderá ser mais concorrida pelas crianças como também pelos adultos por apresentar histórias interessantes que reflectem a oralidade moçambicana.
“As fontes orais ajudam-nos a recordar os bons hábitos da nossa cultura porque ela é o elemento catalisador no processo de combate à pobreza e para o desenvolvimento sustentável do país, dada a sua importância”, disse Pereira.
O autor da obra referiu que com estas iniciativas pretende resgatar a oralidade moçambicana, sobretudo das crianças, de modo a crescerem consciencializadas com o imaginário infantil.
“Para fazer esta obra levei aproximadamente um ano, porque não é tão fácil escrever para as crianças terem um gosto pela leitura e que cresçam num mundo informado sobre o que a natureza nos oferece. E são essas crianças que vão, obviamente, garantir o desenvolvimento do amanhã de um determinado país”, explicou Adelino Timóteo.
Foram produzidos cinco mil exemplares do livro, três mil dos quais serão distribuídos gratuitamente nas escolas da cidade de Maputo e os restantes para o resto do país. Foi preparado ainda um outro pacote para ser comercializado a 500,00 meticais.
Para a publicação livro Adelino Timóteo contou com o apoio de várias instituições ligadas à área de literatura, como são os casos da Fundação Contos Para o Mundo, Escola Portuguesa de Moçambique e Agência Catalã de Cooperação para o Desenvolvimento (Governo da Catalunha).
NOTÍCIAS – 30.05.2014