As quatro empresas de produção de açúcar em Moçambique estiveram, ontem, num frente a frente com o Ministro da Indústria e Comércio, Max Tonela, com o objectivo de denunciar as dificuldades com que a indústria açucareira se depara resultantes da eliminação das taxas aduaneiras na importação daquele produto.
Trata-se das açucareiras de Xinavane, Maragra, Marromeu e Mafambisse, que estão a passar por um momento difícil na sua actividade e temem ter de parar com as operações. Tudo porque, alegam, o mercado está a receber grandes quantidades de açúcar importado e mais barato, o que coloca em causa a produção interna. Industriais e produtores de cana-de-açúcar pediram ajuda ao Governo para não desaparecerem.
O grito de socorro ocorreu no seminário realizado na Açucareira de Xinavane, distrito de Manhiça, província de Maputo, onde o Governo, através do Ministério da Indústria e Comércio, auscultou as preocupações dos intervenientes na indústria açucareira. O Presidente da Associação dos Produtores de Açúcar de Moçambique (APAMO), Rosário Cumbe, foi o primeiro a apresentar as preocupações .
O problema é que a importação do açúcar já não é taxada ao abrigo do protocolo comercial da Comunidade para o Desenvolvimento dos Países da África Austral (SADC), do qual Moçambique é signatário. O açúcar moçambicano compete, assim, de igual para igual com o açúcar importado, que é mais barato. Suazilândia e África do Sul são os grandes responsáveis pelo açúcar estrangeiro que se consome no sul do país, enquanto que o Zimbabué e o Malawi são os países que abastecem mais as províncias do centro e norte de Moçambique.
Fonte: opais.sapo.mz
Imagem: Fernando Raposo