segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Triste. Acusada de feitiçaria em Marromeu

Um Jovem que responde pelo nome de Sozinho enraivecido assasinou a sua tia que em vida respondia pelo nome de Maria Jorge, acusando-a de feiticeira, isso aconteceu na sexta feira passada no Bairo São Tomé aredores da vila de marromeu. O joven anda com sertos problemas de saúde nos ultimos dia, tendo feito consultas nos curandeiros onde foi indicado: a mãe em conexão com a tia, duas culpadas ou melhor foram elas que feitiçaram o jovem Sozinho dos 25-27 anos de idade. o joven bateu a Tia com pau na nuca sem resistir passando alguns minutes interruptos caiu desfalecida, minutes depois os vizinhos tentaram levar ao hospital lá onde chegou de perder a vida. Como resposta de descontentamento dos vizinhos e as pessoas que viveram de perto a situação pegaram no joven com objetivo de linchar, o rapaz resistiu bravamento (fugiu) tendo se escapade do linchamento.
Nossa pergunta: Até que ponto as pessoas podem tirar a vida de outra, mesmo que seja com a desculpa de realizar a famosa "justiça com as próprias mãos?
Addenda: Brevemente no Potal: No sábado uma senhora foi baleada mortalmente acusada de feitiçaria em Marromeu.
Por: Fernando Raposo.

4 comentários:

  1. É um problema bem antigo.

    Quando era Muana, com os meus cerca de 14 anos, perto de Inhangombe, creio que entre esta e Inhamatambira (onde a D. Ana do Chinde tinha uma propriedade com criação de gado), na margem esquerda do Zambeze, lado do Luabo/Mopeia, deu à estrada um homem, apavorado, completamente desnorteado...

    Seriam cerca das 9h da noite, 21 horas.

    Meu Pai parou, e o homem, de nome Pinto, nunca mais esqueci o nome dele, contou que estava muita gente na sua casa, que lhe tinham prendido a família, e que se preparavam para os liquidar, com acusação de feitiçaria...mas que tudo não passaria de inveja, face à qualidade de vida que possuía - cabritos, boas casas, machambas,...enfim, era um homem com boa orientação de vida.

    Meu Pai pegou na carabina de caça, uma winchester, e deu cerca de 3 tiros para o ar.
    A seguir, rumou o jipe com o Sr. Pinto a indicar o caminho, e lá nos internamos até cerca de 1/2 kms da estrada.

    Chegados à palhota do Pinto, lá estava a família aterrada, e nunca esquecerei os filhos que tremiam como se estivessem num clima muito frio, com lágrimas e ranho a escorrer cara abaixo.

    Eu fiquei na cabine, mas o meu Pai saiu com precaução, e medo à mistura.

    Aí fez frente a um numeroso grupo, que até estava acompanhado pelo Muene lá do local.

    Falou-lhes grosso, fez papel de leão, e lembrou-lhes as consequências, e avisou:

    - Vou levar o Pinto comigo para participar ao Administrador do Posto do Luabo.
    Mueme, voçê é responsável pela segurança da família do Pinto.
    Se alguma coisa lhes acontecer, já sabes as consequências, para ti, e todos estes/as.
    Os problemas que houver têm que ser resolvidos no Posto.

    E lá partimos, com o Pinto para o Luabo, que partiu muito preocupado.
    Mas não havia outra maneira.

    No dia seguinte, mal o Posto abriu, lá estavam o Pinto, e o meu Pai, a participarem o ocorrido.

    Soube que o Administrador convocou o Muene, lá mesmo no local para onde se deslocou, chamou os intervenientes, inteirou-se dos problemas, que não passariam de superstições ligadas a crenças de feitiçaria e invejas à mistura, e foi muito duro com o Muene, responsabilizando-o pela forma de conduzir, ou deixar andar os problemas.

    Ficou instituído, que todos os 15 dias o Pinto se apresentasse no Posto, para dizer se a Família estava bem, e algo mais que entendesse.
    E assim foi durante muito tempo, muito tempo.

    E quando fazíamos a viagem Luabo/Mopeia, às vezes encontrávamos o Pinto, com quem falávamos acerca da evolução da situação.

    Isto para dizer:

    1 - Os problemas são antigos, e prendem-se com um misto de crenças retrógradas;
    2 - No tempo Colonial havia mais ordem na Administração, mesmo ao nível mais baixo, e as pessoas receavam as consequências dos actos praticados;
    3 - A intervenção cívica era maior - o meu Pai nada tinha a ver com o assunto, nem era do aparelho administrativo ou similar. Mas interveio activamente, e foi fundamental.

    4 - Pelo que tenho lido em vários locais, o linchamento, a "justiça" sumária por conta própria, é já norma.
    Verifica-se vazio, desinteresse, e alheamento das autoridades, e uma impunidade de bradar aos céus - sinónimo de uma autoridade fraca, e de um Povo abandonado à sua sorte.

    Por muito simpático que queira ser, desconsigo.
    Seria mentir.

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  2. ola UmBhalane. inhangombe o nome nuca morre, conheco e la fui muitas vezes ate nas Zonas de Lunguzi um riacho com muito peixe Pende isso para lado da Zambezia (20KM ou mais para Mopeia e 10 para Luabo) no Inhangombe apesar de estar abandonado ainda existe o edificio que funcionava como loja bem perto de Sao Tome margem de Marromeu. acredito em ti. numa sociedade quando alguem tem pouco de cabritos ou criacao e feiticeiro ou assa tolera que significa a pessoa tem espiritos que durante a noite passa nas casas recolhendo moedas em quantidades muito reduzidas ou produto alimentar... ai comeca Gumba ou melhor fofoca no Zona... como dizes nao passa de uma inveja por alguem do bairro adquirir um cabrito/gado...

    encontrei no http://wiccarium.blogspot.com/ uma situacao que quase explica a pratica de feiticaria igualmente como se explica por essas bandas.

    http://wiccarium.blogspot.com/2008/05/os-mistrios-do-vodu-parte-02-o-vodusmo.html

    Tal objeto é empregado para invocar os poderes dos deuses do vodu e recebe o nome de fetiche, que significa feitiço. O fetiche é confeccionado por quem irá realizar o trabalho de magia e, enquanto é feito, a pessoa tem de mentalizar os objetivos que quer alcançar com o ritual e "transmitir" sua energia ao boneco.
    O fetiche deve ser feito com a semelhança anatômica de uma pessoa: cabeça, tronco e membros. Partes indispensáveis para a "eficácia" da magia são os órgãos genitais masculinos ou femininos. O boneco precisa ser batizado com o nome da pessoa que irá representar e, geralmente, é feito de massa de modelar, nunca de pano ou outro material.Segundo as sacerdotisas, tais bonecos são feitos para realizar o bem, para se alcançar prosperidade e curas. O que pessoa precisa fazer é perfurá-los com espetos ou alfinetes. Mas na prática as intenções nem sempre são essas

    abracos

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  3. Tenho uma pergunta nesse caso, quem sera punido.
    o assassino ou o curandeiro charlatao.

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  4. ola Jose.
    tirei esse paragrafo do teu texto.
    Agradeço ao doador da lei, por mante-la eterna e imutável, todos que vivem na desobediência teriam que prestar contas ao juiz. nao sou de direito para julgar o curandeiro ou o assassino mas o doador da lei, o juiz ou melhor a quem de direito podera saber julgar isso nao acha Jose? eu nao tenho a serteza se ele foi ao curandeiro ou nao mas todo mundo sabe que assassinou ou tirou vida alguem.

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