terça-feira, 12 de junho de 2012

Importância histórica de Sena inspira académicos nacionais

Localizada na margem direita do rio Zambeze
 — enaltece Presidente da República

Pela primeira vez, o Presidente da República enalteceu sábado a importância histórica de Sena (terra e língua) no desenvolvimento das ciências sociais no país, afirmando que muitos estudiosos moçambicanos se inspiram no passado daquele posto administrativo, que se localiza na margem direita do rio Zambeze, no distrito de Caia, em Sofala, para elaboração de suas teses ou trabalhos académicos.

Devido à sua posição geográfica, a então povoação de Sena foi no passado um importante porto fluvial e a capital da administração portuguesa no vale do Zambeze no século 18, ascendendo à categoria de vila em 1764, portanto há 248 anos, o que a torna numa referência obrigatória quando se fala da história de colonização em Moçambique.
 
 O pastor Baltazar Njanji, da igreja “Espírito Santo de Deus”, um dos intervenientes no comício orientado por Armando Guebuza, disse que Sena era mártir por ter sofrido grande repressão do regime colonial português pelo apoio que prestou à FRELIMO durante a Luta Armada de Libertação Nacional, entre as décadas de 60 e 70.
  
“Pedimos que se faça algo para que os restos mortais das vítimas do massacre, aí atrás da montanha, sejam guardados em lugar seguro, porque o ossário construído por ordens do falecido Presidente Samora Machel foi vandalizado e a erosão continua a destruir aquele local histórico”  —  apelou o pastor Baltazar Njanji.
 
Outro alerta feito directamente ao Chefe do Estado pelos cidadãos que usaram da palavra no comício de sábado com Armando Guebuza é o facto de a histórica Ponte Dona Ana, a maior ferroviária da África Austral com 3.750 metros de extensão, que estabelece a ligação entre Sena e o distrito de Mutarara (Tete), estar a ser progressivamente destruída pela erosão.
 
 José Renço, outro residente de Sena, pediu a palavra para reclamar a falta de uma estação de comboio em Tchetcha, o que obriga alunos de algumas zonas a percorrerem longas distâncias a pé para chegarem à escola, dada a elevada tarifa dos transportes rodoviários, regra geral carrinhas de caixa aberta, já que a degradação da estrada que liga aquele posto administrativo à sede do distrito de Caia desencoraja qualquer “minibus” de transporte semi-colectivo de passageiros a fazer carreira por aquela via.
  
Antes de orientar o comício popular, frise-se bastante concorrido, Armando Guebuza plantou uma árvore no recinto da Escola Secundária de Sena, que apenas lecciona até 10ª classe.
 
O representante dos comerciantes de Sena, Manuel Gabriel Manuel, propôs a construção de dois blocos para internato de estudantes que vivem longe da sede daquele posto administrativo, também como forma de contornar as dificuldades de transporte que aflige muitos habitantes locais.
 
 Manuel Gabriel foi mais longe ao propor ao Presidente da República a informatização da secretaria do posto administrativo de Caia, pois, nas suas palavras, “a dactilografia está fora de moda e queremos documentos de qualidade”.
 
Outra preocupação levantada no comício popular com o Chefe do Estado refere-se à falta de mais fontes de água, pois apesar de Sena se localizar na margem de um grande rio existe o perigo de as pessoas serem atacadas por crocodilos.
 
Respondendo às questões colocadas, Armando Guebuza disse que os quadros que o acompanhavam a Sena, incluindo os ministros do Interior, Alberto Mondlane, na Presidência para Assuntos Sociais, Feliciano Gundana, e da Administração Estatal, Carmelita Namashulua; além do vice-ministro da Defesa, Agostinho Mondlane, e assesores, tinham tomado nota de tudo para, depois de análise, serem tomadas medidas que se considerarem apropriadas.

Fonte: Diário de Moçambique

Sem comentários:

Enviar um comentário

Deixe seu comentario/sugestao