Localizada na margem direita do rio Zambeze
— enaltece Presidente da República
Pela primeira vez, o Presidente da República enalteceu sábado a importância histórica de Sena (terra e língua) no
desenvolvimento das ciências sociais no país, afirmando que muitos
estudiosos moçambicanos se inspiram no passado daquele posto
administrativo, que se localiza na margem direita do rio Zambeze, no
distrito de Caia, em Sofala, para elaboração de suas teses ou trabalhos
académicos.
Devido à sua posição geográfica, a então povoação de Sena foi no passado um importante porto fluvial e a capital da administração portuguesa no vale do Zambeze no século 18, ascendendo à categoria de vila em 1764, portanto há 248 anos, o que a torna numa referência obrigatória quando se fala da história de colonização em Moçambique.
O pastor Baltazar Njanji, da igreja “Espírito Santo de Deus”, um dos
intervenientes no comício orientado por Armando Guebuza, disse que Sena
era mártir por ter sofrido grande repressão do regime colonial português
pelo apoio que prestou à FRELIMO durante a Luta Armada de Libertação
Nacional, entre as décadas de 60 e 70.
“Pedimos que se faça algo
para que os restos mortais das vítimas do massacre, aí atrás da
montanha, sejam guardados em lugar seguro, porque o ossário construído
por ordens do falecido Presidente Samora Machel foi vandalizado e a
erosão continua a destruir aquele local histórico” — apelou o pastor
Baltazar Njanji.
Outro alerta feito directamente ao Chefe do Estado
pelos cidadãos que usaram da palavra no comício de sábado com Armando
Guebuza é o facto de a histórica Ponte Dona Ana, a maior ferroviária da
África Austral com 3.750 metros de extensão, que estabelece a ligação
entre Sena e o distrito de Mutarara (Tete), estar a ser progressivamente
destruída pela erosão.
José Renço, outro residente de Sena, pediu a
palavra para reclamar a falta de uma estação de comboio em Tchetcha, o
que obriga alunos de algumas zonas a percorrerem longas distâncias a pé
para chegarem à escola, dada a elevada tarifa dos transportes
rodoviários, regra geral carrinhas de caixa aberta, já que a degradação
da estrada que liga aquele posto administrativo à sede do distrito de
Caia desencoraja qualquer “minibus” de transporte semi-colectivo de
passageiros a fazer carreira por aquela via.
Antes de orientar o
comício popular, frise-se bastante concorrido, Armando Guebuza plantou
uma árvore no recinto da Escola Secundária de Sena, que apenas lecciona
até 10ª classe.
O representante dos comerciantes de Sena, Manuel
Gabriel Manuel, propôs a construção de dois blocos para internato de
estudantes que vivem longe da sede daquele posto administrativo, também
como forma de contornar as dificuldades de transporte que aflige muitos
habitantes locais.
Manuel Gabriel foi mais longe ao propor ao
Presidente da República a informatização da secretaria do posto
administrativo de Caia, pois, nas suas palavras, “a dactilografia está
fora de moda e queremos documentos de qualidade”.
Outra preocupação
levantada no comício popular com o Chefe do Estado refere-se à falta de
mais fontes de água, pois apesar de Sena se localizar na margem de um
grande rio existe o perigo de as pessoas serem atacadas por crocodilos.
Respondendo
às questões colocadas, Armando Guebuza disse que os quadros que o
acompanhavam a Sena, incluindo os ministros do Interior, Alberto
Mondlane, na Presidência para Assuntos Sociais, Feliciano Gundana, e da
Administração Estatal, Carmelita Namashulua; além do vice-ministro da
Defesa, Agostinho Mondlane, e assesores, tinham tomado nota de tudo
para, depois de análise, serem tomadas medidas que se considerarem
apropriadas.
Fonte: Diário de
Moçambique
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixe seu comentario/sugestao