quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Marromeu-História, Politica e Sociedade Civil



Antes da chegada dos portugueses “em Marromeu”, os régulos tinham como tarefa defender a população dos seus territórios das guerras tribais, animais ferozes, usando principalmente a magia negra, para alem de dirigir cerimonias tradicionais quando Anhakulota Ndalo (viventes) previam acontecimentos relacionados com abundância, ou não, de chuvas, faziam sembe “cerimonias tradicional”  e a chuva caía na mesma altura molhando todos participantes.

A população era nómada dividida em tribos, formada e dirigida por guerrilheiros, sendo de destacar de Bauaze e Maguegue que se fixaram na região com objetivo de intensificar as guerras entre tribos e clãs. Viviam essencialmente, da pastorícia e da caça.

Estes para se defenderem dos inimigos serviam-se do rio Zambeze. Quando o inimigo se aproximava, a população era toda evacuada para a outra margem do rio, deixando-se uma pessoa que, muito amavelmente oferecia o seu barco para levar o inimigo para outra margem do rio. Uma vez chegado ao meio do rio, o barco era propositadamente afundado e, como os inimigos provinham de região sem grandes rios , não estando por isso, habituados a lidar com correntes muito fortes acabavam por morrer afogados.

Reza a historia que, após a sua morte os Chefes Bauaze, Maguegue, Gora, Cocorico, Sine, Kundue e Nensa “se transformaram em leões brancos”, cuja existência ainda é assimilada nos dias de hoje. Na
recém terminada guerra de desestabilização, movida pela Renamo, cada leão guarnecia o seu território e,  em caso de eminência  de ataque, passavam noites a rugir alertando a população para se precaver dos ataques.

Os primeiros portugueses que escalaram o distrito vieram de barco ao longo do rio Zambeze, com objetivo de conhecerem novas áreas que pudessem ser exploradas. Entraram na floresta e, quando se julgavam perdidos, encontraram caçadores junto das suas cabanas a cortar carne. Depois de várias tentativas frustradas para estabelecer diálogo com os nativos, quiseram saber o nome da região e, em resposta os caçadores que já estavam cansados de ouvir responderam “PAMARREMELO” (em língua Phozo, local onde se procede ao esquartejamento da carne), entendendo os portugueses que a região se chamava “Marromeu”.

Esta região é maioritariamente, dominada pelos grupos étnicos Phozo provenientes de Luabo, Província da Zambézia, os Senas provenientes de Cheringoma, Caia, Mutarara, Morrumbala e Mopeia na província da Zambézia, para além de algumas minorias como: Macuas, Chuabos, Ndaus e Ngonis que aqui chegaram como contratados para trabalhar nas plantações de cana sacarinas e nas serrações de madeira da companhia de Moçambique e da Sena Sugar Estates, coexistindo e interagindo socialmente.


Fonte: Ministério da Administração Estatal. Edição 2005

Foto do arquivo reproduzida.

5 comentários:

  1. Fernando

    Lembras quando eu te sugeri para investigares a origem do nome de Marromeu?
    Foi precisamente o conhecimento deste artigo que me suscitou o comentário.
    Seria bom indagar junto dos Mais Velhos esta história, para lhes ouvir a opinião deles.
    E também para nós outros que ficamos a saber algumas coisas mais.

    Abraço

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  2. Ola umBhalane
    lembro muito bem
    abaixo esta o comentario publicado no dia 11 de junho de 2011. vou sentar com os mais velhos para saber mais da historia. obrigado

    umBhalane 9 de Junho de 2011 23:47

    Fernando
    Estou a perceber as perguntas, talvez.
    Caça deve de haver, mas só ao prato onde ela chega, não?
    Ou só quem tem direito, por outras palavras.
    Os que não chegam a provar (comer), ouvem falar, lollllll

    Agora outro assunto.

    Não quer fazer o favor de historiar a origem do nome, topónimo, MARROMEU.
    Seria muito interessante.
    Como falou de caça, me lembrei, eu que sou do Luabo, veja só! Considere isso (caça) uma ajuda.

    Nem sei mesmo se os muzungos de Marromeu sabem disso.
    Vou esperar-lhes.

    Abraço.

    umBhalane Muana Sena

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