SR. DIRECTOR! Estou grato pela oportunidade que me concede para a publicação dos meus artigos no jornal que dirige. “Tanto quanto me consigo recordar, sempre quis escrever sobre Luabo. Este desejo foi ganhando cada vez mais relevância na minha lista de sonhos - uma pequena lista de aspirações profundas que sempre me acompanharam.
Tinha vários objectivos: Queria concluir a minha licenciatura em Economia. E consegui. Queria ter filhas maravilhosas. São um espanto. Não queria magoar as minhas filhas. E ainda não as fiz. Queria escrever o meu trabalho de licenciatura sobre a vila de Luabo. Fiz em 2011”. Brevemente por lançar a minha obra sobre Luabo e a mesma será constituída em duas partes, sendo a primeira que irá falar da vila de Luabo (surgimento da vila; a população; a ex-Sena Sugar; a era dos bailes…, e a segunda parte sobre a história da equipa Cessel do Luabo (Fundação; os títulos conquistados na Zambézia; fase de apuramento e participação no nacional de futebol/1081 em representação da zona norte, do estádio 10 de Agosto do Luabo; dos tempos gloriosos do Dr. Joaquim Ribeiro Pereira de Carvalho e mais.
Para todos esses artigos que tenho publicado sobre Luabo e do Cessel, escrevo e falo por obrigação, escrevo porque exprimo ou expresso em termos de sentimentos, em termos de coração, em termos de emoção e acho não ser pecado partilhar o pensamento. Quando conheci Luabo, pela primeira vez nos anos 70, adorei a arquitectura de vários edifícios, fiquei logo fascinado pelas pessoas orgulhosas e honradas, gente amigável e bondosa com dignidade e um sorriso lindo, a comida e visitei o campo de futebol do Cessel (Clube dos Empregados da ex-Sena Sugar Estates Limitada), foi aí que passei a conhecer toda a história de futebol do país, através de Cessel e hoje o cheiro de amor está emprestado ao ar.
Quando saí de Marromeu, minha terra natal em 1986, saí da família. Do grupo dos amigos, da partilha dos colegas da escola, da familiaridade dos conhecidos, saí e saí sozinho. Trouxe comigo a instabilidade de uma paixão e a dedicação incondicional. A mim ataca-me quando assisto futebol na televisão, os meus olhos choram de lágrimas, assim mesmo, sem pensar, sem gostar mesmo do jogo, apenas sentindo numa zona indefinida do eu a intraduzível saudade de Cessel de Luabo, a equipa que espalhava o “perfume francês” em matéria de futebol; para mim, com o Cessel do Luabo se foi o bom futebol deste país; a equipa que transformava todos os domingos de futebol em tardes infinitas complementadas por noites de bailes. Em nenhuma parte existe a que se chama companhia, aquela me mata a solidão, todos estamos sozinhos, nascemos sozinhos, nascemos assim, assim morremos e pelo caminho vamo-nos enganando.
Outrossim, apelo aos Amigos e Naturais de Luabo, e aos demais com um forte potencial económico e financeiro e que se encontrem a residir noutros pontos do país, para investirem no Luabo, porque existem condições para a realização das suas actividades, em especial ao governo moçambicano, é chamado a dar o seu contributo na reabilitação e no crescimento da vila do Luabo, nomeadamente na reabilitação consistente da estrada que liga “Zero-Mopeia-Luabo” e nas diversas componentes, particularmente nas áreas de educação, saúde, energia da rede nacional, na área de telecomunicações e abastecimento de água, na esperança que num amanhã, perto ou distante a vida presente se altere e o amor se torne colectivo.
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