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Na Reserva Especial assim como em todo o complexo de Marromeu se observam algumas degradações da vegetação devido ao corte desregrado de madeira, o fabrico de carvão, corte de estacas, barrotes, queimadas descontroladas, extracção do mel, abertura de campos de cultivo, abertura de áreas para habitação e outras motivações.
A vegetação da reserva, na região do Delta do rio Zambeze, é predominantemente de espécies endémicas de palmeiras dos géneros Borassus (palmeira alta), Borassus aethiopum, localmente, conhecida como "midicua", muito utilizada para barrotes na construção de casas; e Hyphaene (palmeira baixa), Hyphaene coriacea e Phoenix reclinata, conhecidas localmente, como "micheu" donde se extrai a sura (bebida tradicional), muito consumida pelos habitantes do Delta e são as maiores vítimas da destruição pelas comunidades locais.
As espécies de plantas mais exploradas na Reserva de Marromeu são, designadamente palmeira alta e baixa (usadas para o fabrico de canoas e bebidas), capim (para cobertura de casas), chanfuta, mutondo, metil (também conhecida por njale), mondzo e mabungue.
No entanto, o conflito é mais notório nas zonas altas do Complexo de Marromeu bem assim como ao longo do rio Zambeze e outras áreas de conservação. A título de exemplo, em 2011 foram registados 22 casos de conflito que resultaram em igual número de óbitos, enquanto no primeiro semestre de 2012 registaram-se 12 casos. Os animais tidos como mais problemáticos foram hipopótamos, crocodilos, búfalos e elefantes.
Entretanto, graças a colaboração existente entre as comunidades locais, líderes tradicionais e estruturas administrativas, tem sido possível a neutralização dos infractores que usam diferentes e sofisticadas estratégias na realização das suas actividades, tendo vários casos sido já registados, fundamentalmente porque em quase todas as áreas de conservação no Complexo de Marromeu residem as comunidades humanas, tanto como na sua periferia e também por estarem perto dos centros urbanos. A neutralização dos infractores somente se observa nos locais de venda ou a caminho do mercado, o que quer dizer que os infractores encontram o seu refúgio em alguns membros das comunidades que residem dentro ou na periferia dessas áreas de conservação, segundo explicou Jujumen.
As áreas mais atingidas pela caça furtiva e outras actividades ilegais são, designadamente as zonas altas do Complexo de Marromeu e todo o planalto de Cheringoma, enquanto as espécies da fauna tidas como vitimas são facoceros, nyalas, imbabalas, suni, mangul, cudos e outros antílopes.
• António Janeiro
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