sábado, 3 de abril de 2010

Recluso vigiado

Degusto o prazer árduo da cela prisional
Preso na emboscada da luta de liberdade da fala
Travada no campo da batalha da luta das verdades
Entre a liberdade de falar as verdadeiras verdades

Arrisco secretamente polir e lubrificar a minha arma
Na sela vigiada vinte quatro horas
Por homens armados dos pés até aos dentes
Que até seguem a minha sombra
Mesmo nas esquinas escuras da cela
Para imobilizar o disparo da minha arma

A minha arma não é bélica
Mas ela é poderosa
Ela não dispara para matar
Apenas para dissipar dúvidas
Esclarecer verdades
Ou mesmo para dizer as verdades
Escondidas no poder bélico

A minha marcha é longa
Nem com isso vou desistir
O meu inimigo é bravo
Mas o enfrentarei
Sempre com a minha arma, a palavra
No disparo sem sangue

Tenho consciência de tudo que é
Tenho a certeza de tudo que faço
Tenho a convicção de tudo que quero
Nesta penitenciária
Em que o bom recluso
É aquele que parafraseia ordens
Enterra a sua sabedoria
E veste máscaras de ideologias…
Em busca de pão Para a sobrevivência da sua pança

A minha marcha é longa
Nem com isso vou desistir
O meu inimigo é bravo
Mas o enfrentarei
Sempre com a minha arma, a palavra
No disparo sem sangue
Em busca da minha total liberdade
Liberdade de expressão
Liberdade política
E dignidade de ser
Um verdadeiro cidadão democrático

Por: Joaquim Chau

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